Limites da seleção recorrente. I. Fatores que afetam o acréscimo das frequências alélicas
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1988.v23.13961Palavras-chave:
limites da seleção, fixação de genes, tamanho efetivo, milho, Zea maysResumo
Investigou-se o limite da seleção recorrente e os principais fatores que o afetam, por meio do acréscimo esperado na frequência dos alelos favoráveis, até o esgotamento da variabilidade genética, calculado a partir da probabilidade de fixação destes alelos. Como referência, considerou-se uma seleção fenotípica, feita num só sexo, em espécie alógama. Calcularam-se 360 valores do acréscimo, fazendo variar os principais fatores determinantes do limite seletivo. Apesar das restrições, concluiu-se, de modo geral que: o limite da seleção é extremamente prejudicado quando se combinam baixa herdabilidade (h2), pequeno tamanho efetivo (Ne), fraca intensidade de seleção (K), baixas frequências iniciais dos alelos favoráveis e um caráter governado por genes de efeitos pequenos. Estando um desses fatores em condições desfavoráveis é possível compensá-lo adequando os demais. Manter alto Ne tende a compensar a inadequação dos demais; isto porém, só é recomendável se não prejudicar a intensidade de seleção (k), pois desta depende o progresso imediato. A baixa precisão experimental reduz h2, exigindo maiores Ne. O produto Neh é indicador de quanto se deve aumentar Ne quando h2 diminui. Discute-se a adaptação do modelo a dados de milho (Zea mays L.) e o uso de populações locais, que só têm a vantagem da adaptação. Verificou-se que 80% a 85% da variação dos acréscimos nas frequências gênicas é devido a fatores que podem ser manipulados pelo melhorista, podendo ser escolhidos esquemas que garantam não só o progresso imediato como um elevado platô seletivo.