Cataratas em suínos
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1984.v19.15416Palavras-chave:
cegueira, higromicina B, intoxicaçãoResumo
Em duas propriedades suinícolas, foram descartadas, entre os anos de 1979 e 1981, 208 fêmeas e dois machos por motivo de cegueira, representando, aproximadamente, 30% das criadeiras dos dois plantéis. Foi observado que estes animais procuravam permanecer deitados durante mais tempo; quando em pé, mantinham a cabeça numa atitude de atenção. Movimentos estranhos, ruídos ou agressões dos outros animais assustavam-nos e, na tentativa de fuga, batiam nas paredes ou obstáculos das instalações. O exame clínico dos olhos evidenciou uma coloração cinza-esbranquiçado na pupila, a qual, com a incidência de luz, apresentava miose. Para a realização de exames oftalmológico e histopatológico foram coletados olhos de animais logo após a sangria. Os resultados revelaram lesões de cataratas corticais uni ou bilaterais de diversos graus em todos os casos examinados. Os exames histológicos revelaram alterações no cristalino e consistiram numa rarefação das fibras, homogeneização e formação de globos de Morgagni. O epitélio cortical apresentava restos de núcleos e hiperplasia. Além das lesões na lente ocular, não foram observadas lesões nos demais componentes dos olhos examinados. Discutem-se prováveis etiologias desta casuística bastante elevada de cataratas, e comentam-se dados relatados pela bibliografia em relação ao uso de higromicina B em criações de suínos com alta prevalência da lesão.