Anatomia da cabeça e do desenvolvimento de parte aérea em explantes de couve-flor (Brassica oleracea L. var. botrytis subvar. cauliflora DC.) cultivados "in vitro"
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1980.v15.16618Palavras-chave:
couve-flor, anatomia vegetal, cultura de tecido, organogéneseResumo
A cabeça da couve-flor consiste de um eixo caulinar do qual se desenvolvem vários eixos pedunculares primários, em sucessão acrópeta. Os eixos pedunculares secundários se iniciam a partir dos ápices dos eixos primários e assim sucessivamente, até a formação da cabeça. Os eixos apresentam anatomia semelhante à de caules de dicotiledôneas herbáceas. Os eixos pedunculares superiores são recobertos por ápices meristemáticos. Explantes tomados da superfície da cabeça de couve-flor em estádio de colheita foram cultivados em meio nutritivo. A partir do quinto dia após introduzido no meio do cultivo, observaram-se modificações no material. As células parenquimatosas que cercam os feixes vasculares do pedúnculo do explante dividem-se periclinalmente e aumentam em volume. Este fato parece estar relacionado com a diferenciação de elementos vasculares que ocupam posições e arranjos desordenados. Concomitantemente, os ápices meristemáticos encontram-se em estado de ativa mudança ontogênica, resultando desta atividade a diferenciação gradual e progressiva destas células, que passam de meristemática a elementos diferenciados e, até, organizando-se em caules e folhas. Constatou-se, em 10% do material em cultura, que algumas brácteas presentes no explante se desenvolvem bastante em contato com o meio de cultivo, e de seu limbo foliar pode ocorrer a diferenciação e desenvolvimento de parte aérea.