Intoxicação experimental por Baccharis coridifolia em coelhos
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1976.v11.16996Palavras-chave:
<i> Baccharis coridifolia</i>, Compositae, "mio-mio", plantas tóxicas, intoxicação por planta, animais de laboratório, coelho, patologiaResumo
Baccharis coridifolia DC., planta tóxica para bovinos, foi administrada por via intragástrica, em estado dessecado, a 28 coelhos para caracterizar a intoxicação nesta espécie animal e completar os poucos dados existentes na literatura, principalmente em relação à dosagem, à evolução, ao quadro clínico e anátomo e histopatológico. A administração do material vegetal foi feita através o uso de um funil de separação adaptado à sonda gástrica. A planta em floração, coletada em março, mostrou-se duas a quatro vezes mais tóxica para os coelhos do que a planta em brotação, coletada em novembro. A dosagem de 0,68 g/kg da planta dessecada em floração causou a morte de 3 dos 6 coelhos e 3,0 g/kg da planta dessecada em brotação levou à morte 2 dos 4 coelhos utilizados. A dosagem de 1,36 g/kg da planta em floração e 4,0 g/kg da planta em brotação causou a morte de todos os coelhos em ambos os grupos experimentais, 3 e 4 respectivamente. A evolução da intoxicação variou de 4 horas a 7 dias aproximadamente. Os sintomas da intoxicação iniciaram-se entre cerca de 3 horas e meia e 52 horas após a administração da planta e consistiram principalmente em diarreia. À necropsia observaram-se, como lesões mais frequentes, hemorragias e edema da mucosa do ceco (14 em 19 casos) e cólon (9/19). As alterações histopatológicas mais características foram hemorragias, edema, necrobiose e necrose da lâmina própria do ceco e cólon, hemorragias e edema da submucosa do ceco e degeneração das células hepáticas perilobulares (13/17) com presença de gordura.