Intoxicação em bovinos pelo cogumelo Ramaria flavo-brunnescens
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1975.v10.17187Palavras-chave:
Plantas tóxicas, mal do eucaliptoResumo
São relatados um estudo de dois casos naturais da doença conhecida no Rio Grande do Sul como "mal do eucalipto" e um estudo experimental com o cogumelo Ramaria flavo-brunnescens em 10 bovinos. Dos experimentos concluiu-se que são necessárias as doses mínimas diárias de aproximadamente 5 g do cogumelo por kg de peso do animal durante 5 dias, para produzir sintomas da doença, e de 20 g/kg durante 18 dias, para provocar a morte, e, que uma única administração de dose excessivamente alta (36 g/kg) pode levar à morte. Os sintomas observados nos casos experimentais foram sialorréia, emagrecimento, queda dos pêlos da extremidade da cauda e atrofia das papilas linguais. As lesões macroscópicas mais importantes, nos animais necropsiados, foram ulcerações na língua e no esôfago. Microscopicamente foram vistas lesões degenerativas, necrose e infiltrado inflamatório nas mucosas, hemorragias e discreta reação inflamatória no sistema nervoso central. Nos casos naturais da doença foram observados, ainda, o afrouxamento dos cascos e chifres, hemorragias na câmara anterior do olho e cegueira. Pela comparação dos experimentos com os casos espontâneos, concluiu-se que o chamado "mal do eucalipto" é produzido pela ingestão do cogumelo R. flavo-brunnescens.