Intoxicação em bovinos pelo cogumelo Ramaria flavo-brunnescens

Autores

  • Murilo Nogueira dos Santos
  • Severo Sales de Barros
  • Claudio Severo Lombardo de Barros

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1975.v10.17187

Palavras-chave:

Plantas tóxicas, mal do eucalipto

Resumo

São relatados um estudo de dois casos naturais da doença conhecida no Rio Grande do Sul como "mal do eucalipto" e um estudo experimental com o cogumelo Ramaria flavo-brunnescens em 10 bovinos. Dos experimentos concluiu-se que são necessárias as doses mínimas diárias de aproximadamente 5 g do cogumelo por kg de peso do animal durante 5 dias, para produzir sintomas da doença, e de 20 g/kg durante 18 dias, para provocar a morte, e, que uma única administração de dose excessivamente alta (36 g/kg) pode levar à morte. Os sintomas observados nos casos experimentais foram sialorréia, emagrecimento, queda dos pêlos da extremidade da cauda e atrofia das papilas linguais. As lesões macroscópicas mais importantes, nos animais necropsiados, foram ulcerações na língua e no esôfago. Microscopicamente foram vistas lesões degenerativas, necrose e infiltrado inflamatório nas mucosas, hemorragias e discreta reação inflamatória no sistema nervoso central. Nos casos naturais da doença foram observados, ainda, o afrouxamento dos cascos e chifres, hemorragias na câmara anterior do olho e cegueira. Pela comparação dos experimentos com os casos espontâneos, concluiu-se que o chamado "mal do eucalipto" é produzido pela ingestão do cogumelo R. flavo-brunnescens.

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Como Citar

Santos, M. N. dos, Barros, S. S. de, & Barros, C. S. L. de. (2014). Intoxicação em bovinos pelo cogumelo <i> Ramaria flavo-brunnescens</i>. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 10(8), 105–109. https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1975.v10.17187