"Espichamento", intoxicação de bovinos por Solanum malacoxylon, no pantanal de Mato Grosso. II. Estudos complementares

Autores

  • Carlos Hubinger Tokarnia
  • Jürgen Döbereiner

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1974.v9.17228

Palavras-chave:

Plantas tóxicas, intoxicação por planta, calcificação metastática

Resumo

Solanum malacoxylon Sendtner foi encontrada em toda a parte oeste do pantanal matogrossense, onde os solos são, em maioria, argilosos. Quase não ocorre na parte leste, onde as terras geralmente são arenosas. A área de distribuição da planta coincide com a de ocorrência do "espichamento" e vice-versa. Além de S. malacoxylon, de folhas glabras, com as quais foram feitos os estudos anteriores, verificou-se, também, a existência, na parte sudoeste do pantanal, de uma forma pilosa, S. malacoxylon var. brachychaeta, que possui as mesmas propriedades tóxicas. O estudo da recuperação de casos espontâneos do "espichamento" revelou que os depósitos de cálcio nos diversos órgãos afetados tinham diminuído, indicando descalcificação parcial; no entanto, persistiram as outras alterações do tecido conjuntivo. Experimento realizado em bovino com a planta coletada dois anos antes e guardada à temperatura ambiente mostrou que a sua toxidez se manteve inalterada. Em bovinos de 1 a 2 anos de idade, conseguiu-se reproduzir o "espichamento" com doses de apenas 0,04 g/kg/semana das folhas dessecadas. Dose única de 10 g/kg produziu alterações da mesma natureza que as observadas nos animais que receberam quantidade semelhante da planta, mas subdividida em doses menores, sobre um período de semanas; as lesões no sistema cardiovascular eram quase tão acentuadas, mas no pulmão eram bem mais leves.

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Como Citar

Tokarnia, C. H., & Döbereiner, J. (2014). "Espichamento", intoxicação de bovinos por Solanum malacoxylon, no pantanal de Mato Grosso. II. Estudos complementares. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 9(7), 53–62. https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1974.v9.17228