Incorporação de matéria orgânica (“mulching”) e aplicação de péletes de calcário (“pelleting”) para testar estirpes de Rhizobium em experimentos de campo sob condições tropicais
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab1970.v5.17625Resumo
Dois experimentos de campo foram conduzidos no Estado de São Paulo, Brasil, com o objetivo de se estudar o efeito do solo e da inoculação na nodulação e na produção das quatro leguminosas Glycine javanica, Teramnus uncinatus, Medicago sativa e Phaseolus vulgaris. Quatro estirpes de Rhizobium para cada leguminosa foram testadas. Os seguintes tratamentos de inoculação foram feitos: testemunha sem inoculação; inoculação normal com turfa, utilizando-se uma solução de sacarose a 10% como adesivo; e peletização, sendo o inoculante turfoso aderido com uma solução de goma arábica a 45% e revestido com calcário. Todos os tratamentos foram comparados em solos com e sem a incorporação de matéria orgânica, que consistiu de bagacilho de cana. A técnica de incorporação da matéria orgânica para imobilizar os nitratos do solo mostrou-se eficaz no sentido de permitir detectar diferenças na capacidade de fixação de nitrogênio de diferentes estirpes de Rhizobium, bem como no contrôle de ervas daninhas. A técnica de peletização com calcário mostrou-se vantajosa em promover nodulação das espécies Medicago sativa e Phaseolus vulgaris, de alta especialização simbiótica, mas sem efeito em Teramnus uncinatus, e de pouca eficácia em Glycine javanica. As várias combinações Rhizobium-leguminosa, ou mesmo uma determinada leguminosa, responderam diferentemente aos tratamentos de incorporação de matéria orgânica e de inoculação, mostrando o perigo de se tirar conclusões gerais de experimentos com apenas uma determinada combinação. As potencialidades de uso da técnica de incorporação de matéria orgânica e da peletização são discutidas com referência especial à especificidade simbiótica das leguminosas testadas.