Impacto de plantas de cobertura e da drenagem do solo nas emissões de CH4 e N2O sob cultivo de arroz irrigado
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-3921.pab2016.v51.22463Palavras-chave:
Oryza sativa, gases de efeito estufa, irrigação intermitente, manejo da água, potencial de aquecimento global, resíduos culturaisResumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto das plantas de cobertura de inverno azevém (Lolium multiflorum) e azevém+cornichão (Lotus corniculatus), bem como da drenagem parcial do solo, nas emissões de CH4 e N2O em um Planossolo cultivado com arroz irrigado. Amostras de ar foram coletadas
semanalmente com câmara estática fechada, parcialmente inserida no solo 0,05 m. Calcularam-se o potencial de aquecimento global parcial (PAGp=CH4×25+N2O×298) e o PAGp por unidade de produtividade de grãos (PAGpPG). A drenagem parcial foi estabelecida pela suspenção temporária da irrigação por períodos de 8 a 15 dias, durante três ocasiões ao longo do ciclo da cultura. O aporte de resíduos pelas plantas de cobertura intensificou os fluxos de CH4 do solo, que excederam em dez vezes a emissão acumulada do solo em pousio invernal. As emissões de N2O foram maiores com o consórcio azevém+cornichão, em comparação ao azevém e ao pousio. O cultivo de plantas de cobertura elevou o índice PAGpPG (0,35 kg de CO2eq por quilograma de arroz), comparativamente ao pousio (0,06 kg kg-1). Nos tratamentos com cobertura de inverno, as estratégias de mitigação devem focar principalmente no CH4, que foi responsável pela maior porção (80%) do PAGp. A drenagem parcial reduziu em até 50% o PAGp e apresenta grande potencial para mitigar as emissões de gases em sistemas de produção de arroz irrigado.